Concessionárias de Goiânia vendem veículos com problemas

Dois consumidores que compraram carros zero km em concessionárias de Goiânia reclamam que os veículos foram repassados a eles com vários problemas mecânicos e estruturais. Os dois já procuraram o Procon e até entraram com ação na Justiça contra as empresas para tentar resolver a situação. Porém, até o momento, eles não conseguiram ser ressarcidos.

Para o representante comercial Léo Márcio Barbosa, que adquiriu um Renault Duster, em outubro do ano passado, os problema começaram antes do carro atingir 20 mil km rodados. Em pouco mais de um ano, ele afirma que já teve que trocar o câmbio do veículo por três vezes.

Ele explica que fez a escolha pelo modelo porque precisava de um veículo maior para poder visitar seus clientes e levar o mostruário. Entretanto, por causa dos problemas, ele deixou de utilizar o carro. “Não tenho coragem nem de viajar muito menos de andar dentro da grande Goiânia, porque posso sair de casa para o trabalho e acho que não chego ao destino”, lamenta.

A insatisfação é tanta que ele chegou a colocar um adesivo no vidro do para-brisas traseiro com os problemas do carro e os números dos processos que abriu no Procon e no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

O funcionário público Alfredo Luiz de Sousa vive situação semelhante. Em 2010, ele comprou um Ford Fiesta na concessionária e assim que chegou em casa já encontrou vários defeitos. “A coluna estava furada, a porta foi mexida, os parafusos estavam todos sem roscas. Comprei um carro zero e eles me deram um carro avariado”, reclama.

No dia seguinte a aquisição, ele resolveu devolver o veículo, mas ainda tem que arcar com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e as 60 parcelas mensais de R$ 900 cada. Agora, ele luta na Justiça para ser ressarcido.

“Quero receber o dinheiro de volta porque o carro eu não quero mais. É um absurdo levar o tanto de anos que estou levando e ficar sem carro e andando de ônibus ou a pé por causa do pessoal da concessionária”, disse.

Em ambos os casos, as empresas foram multadas. De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Ibdec), Wilson Rascovit, nessa situação, é importante guardar toda documentação e ter paciência para que tudo seja resolvido.

“È um pouco demorado porque na maioria das vezes vai exigir uma perícia, um laudo técnico para constatar realmente que aquele veículo tem o problema. Mas independente disso, é interessante que o consumidor tenha consciência que a demora vai ter correção e juros. Ele não está perdendo. Se hoje ele está tendo um dano de R$ 10 mil, daqui três não vai ser devidamente corrigido com juros e correção.

Procurada pela TV Anhanguera, a Renault informou que só poderia dar uma posição em relação a denúncia em 15 dias. Já a Ford não se pronunciou sobre a situação até a publicação desta reportagem.

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