Filha de imigrantes húngaros, Magda Mofatto nasceu em Limeira, no Estado de São Paulo. No início da década de 70, mudou-se para o Estado de Goiás, residindo no município de Caldas Novas, que, na época, contava com uma população de cerca de 4 mil habitantes. Ela não tinha recursos financeiros, mas possuía o que pode ser considerado o maior valor do ser humano: a garra, a vontade de vencer e crescer na vida.
Sua trajetória empresarial começou quando alugou uma casa de arquitetura antiga, situada à Praça Mestre Orlando, que na época tinha cinco quartos, um único banheiro e cozinha, onde construiu o Hotel Roma. Este foi o seu primeiro empreendimento e, até hoje, o menor de todos que possui no ramo hoteleiro. Atualmente, gera mais de 2.500 empregos diretos e milhares indiretos. Suas empresas têm segmentos imobiliário, construtora, mineradora e agropecuária.
Magda Mofatto acreditou no potencial turístico, humano e de trabalho, investindo cada vez mais em Goiás. Todos dizem que tem uma extraordinária força de vontade, um excepcional tino para os negócios e uma visão inigualável para o futuro.
Sempre buscou percorrer caminhos seguros para alcançar seus objetivos, conseguindo honrar com seus compromissos e suas responsabilidades.
Sua vida política começou do sonho de impulsionar o desenvolvimento e crescimento do Estado de Goiás. Por isso, sempre teve a vontade de fazer algo maior pelo nosso povo.
Foi vereadora por três mandatos, deputada estadual por Goiás e prefeita de Caldas Novas e, atualmente, é deputada federal pelo Partido da República (PR).
A deputada Magda Mofatto tem mantido forte posicionamento em votar sempre a favor das matérias que visem melhorias e conquistas para o País, aos servidores públicos em geral e toda a sociedade. Magda é contrária a qualquer projeto que vise à suspensão de direitos e garantias conquistados pelos servidores públicos.
A parlamentar se coloca à disposição para discutir qualquer matéria que promova o crescimento e a qualificação do cidadão, tendo lutado, incansavelmente, nas deliberações plenárias, para defender as matérias que visem este objetivo.
Atuar no desenvolvimento da melhoria da segurança pública e geração de empregos e distribuição de renda tem marcado a atuação da deputada Magda Mofatto.
ENTREVISTA
DM – Qual a participação da senhora nas comissões técnicas e especiais da Câmara Federal?
Magda Mofatto – Participo de duas comissões técnicas, uma de viação e transportes, que trata de todos os meios de transporte do País, transporte terrestre, aéreo, ferroviário, rodoviário e de portos. É uma comissão muito importante porque nós sabemos o tanto que o País depende de transporte, de todos os gêneros, e isso a legislação em geral a respeito disso passa exatamente nessa comissão. A outra comissão é de turismo, ela trata de todas as legislações que diz respeito ao turismo, de todos os itens que tratam no segmento turístico do País. As duas precisam muita da presença e de muita atenção, porque as emendas que acontecem lá dentro são importantes, os projetos são importantes e dizem respeito à vida diária de cada um de nós cidadãos. As comissões especiais que participo são três, uma é pela qualidade da hotelaria, e quando falamos em qualidade de hotelaria é porque não podemos permitir que o segmento turístico hoteleiro seja denegrido, e é um segmento que não tem uma representatividade forte na Câmara Federal, porque poucos entendem do segmento turístico e pega uma linha, um segmento de pouca atuação dentro do mercado. Não se trata de um segmento de primeira necessidade, é um segmento ou de lazer ou de complemento de negócio, de necessidade pra quem viaja a negócios. As duas outras, de extrema importância, são assuntos altamente polêmicos, uma é da maioridade penal, que discute exatamente o que está no auge hoje, que é a maioridade penal, a outra é pelo desarmamento ou a lei do desarmamento. As duas são extremamente emocionantes porque tem discussão dos dois lados, tem discussão de quem é contra, de quem é a favor e a exposição dos motivos. Somos deputados federais exatamente para atender o que a população clama, o que a população deseja, então a participação é sempre muito ativa, muito presencial.
DM – Quais são as principais bandeiras de seu mandato?
Magda Mofatto – Eu, como pessoa que constrói muito, pessoa que se preocupa com geração de empregos e distribuição de renda, tenho como bandeira máxima que só o emprego constrói, só o trabalho promove a integridade das pessoas, só o trabalho que valoriza as pessoas, e é através do trabalho que a gente tem as conquistas na vida. Então, a minha principal bandeira é exatamente geração de empregos e distribuição de renda. Porém, a população hoje clama muito por segurança, e eu não poderia deixar de ouvir os anseios da comunidade, tanto que a minha campanha de 2010 foi feita estritamente na geração de empregos, já a campanha de 2014 foi feita principalmente e, também, além da geração de empregos, na segurança pública. Um dos principais itens de segurança pública são esses dois: a lei do desarmamento e a maioridade penal, sem levar em conta e também incluindo uma mudança da legislação penal. Hoje no País a nossa legislação é excessivamente tolerante. Temos que acabar com o excesso de tolerância, porque é o excesso de tolerância que faz com que as pessoas se apoiem e fiquem muito confiantes na impunidade e praticando mais crimes, mais assassinatos e mais malfeitos dentro da sociedade.
DM – Na sua opinião, o que deve ser prioridade na reforma política?
Magda Mofatto – A prioridade número um é que a gente não tenha mais eleição e campanha a cada dois anos. Isso é estafante. A cada dois anos tudo no País para por conta de uma campanha, durante três a quatro meses. Quando já acabou o segundo turno, que são quatro meses de campanha em situação que tem segundo turno, já está no fim do ano, já entrou novembro, aí é fim de ano e nada mais acontece no País. Vejo como muito importante que as eleições se coincidam e que os mandatos tenham seis anos. A prioridade na reforma política é acabar com campanha eleitoral a cada dois anos. É importante que se faça todas as eleições de uma vez, todas elas coincidentes e com mandato um pouquinho maior, mandato de seis anos. Aí só teríamos campanha a cada seis anos. Acho que seria bom para o País e também não ter reeleição para o Executivo.
DM – A redução da maioridade penal simplesmente vai mudar o cenário da violência no País?
Magda Mofatto – O cenário inteiro não, mas vai mudar e muito com o respeito às pessoas. Eu vejo a redução da maioridade penal como um passo dentre dos muitos que ainda precisam acontecer para que diminua a violência no País. O desrespeito hoje do adolescente com o policial, com as pessoas responsáveis, com as pessoas de bem está de uma maneira abusiva, inaceitável. Quantas vezes você assiste o menor de idade responder para qualquer pessoa adulta, para policial, para autoridade, para juiz, para qualquer um: “Eu sou de menor”, numa arrogância jamais vista, como se ele fosse superior a qualquer outro ser humano e que o mundo existisse pra ser escravo dele, como se o policial, o adulto, o empresário, o comerciante, o trabalhador, a dona de casa, a mãe, o pai e a avó existissem para ser escravos da vontade desse menor. Eu acredito que, com a redução da maioridade penal, também vai diminuir o adulto usar o menor para que seja a fachada, o executor do crime para que proteja o adulto, porque daí então esse menor de 16 ou até de 14 anos, que nós vamos lutar para que a maioridade talvez chegue até os 14 anos, ele responda pelos seus atos, porque ele sabe o que é crime, ele tem consciência absoluta do que ele está fazendo. A gente assiste cada colocação de bandido, estamos falando é de bandido que a escola dele é na rua, ele não vai ter escola na penitenciária. Ele pode levar para a penitenciaria aquilo que ele já aprendeu na rua porque a escola forte ele aprendeu na rua, ele não veio da penitenciária de aprendiz, ele na rua aprendeu, se profissionalizou na rua, ele vai para a cadeia sim e possivelmente até ensinar aqueles que já estavam na cadeia. O menor precisa responder pelos seus atos porque ele sabe que está fazendo errado.
DM – O governo vai conseguir sair da crise política e econômica e Dilma Rousseff conseguirá terminar o seu mandato?
Magda Mofatto – Nós precisamos ter confiança e fé. A crise política e econômica realmente é uma das piores na história do País. Perdeu-se a confiança neste governo que aí está. A ansiedade para que mude o governo é muito grande. Vejo como uma necessidade haver governabilidade. Se houver mudança não é porque a mudança pura e simples vai tornar possível a governabilidade. Não será com a mudança pura e simples que vai, como num passe de mágica, resolver todos esses problemas. Não vai, não vai. Nós precisamos permitir que haja governabilidade nesse País. Vejo que o momento é delicado. Se nós tomarmos uma iniciativa para o impeachment da presidente será uma situação muito grave e pode contribuir para que a crise econômica e política se aprofunde ainda mais.
DM – Há ambiente político para prosperar, por exemplo, o impeachment de Dilma Rousseff?
Madga Mofatto – Há o clima da população, a população quer, tem se manifestado, com as pessoas que a gente conversa, a maioria absoluta quer o impeachment, tanto que estão aí as pesquisas que mostram o altíssimo índice de impopularidade da presidente, porém, não vejo como positivo o impeachment nesse momento. Se há ambiente político para prosperar, é uma situação que nós temos que analisar muito. É preciso reconhecer que a presidente já tomou a iniciativa de abrir espaços para que haja mais participação do PMDB no governo, então isso é divisão de responsabilidades.
DM – A senhora pensa em voos mais altos na política de Goiás, como concorrer ao governo ou ao Senado?
Magda Mofatto – Para as próximas eleições, nós vamos ter duas vagas para senador. Acho que qualquer político tem o direito de pleitear qualquer vaga. Eu pretendo fazer um bom trabalho enquanto deputada e se ver que eu posso trazer, somar mais para o Estado de Goiás, trazer mais benefícios, ser representante no Congresso Nacional, se assim for permitido e se houver condições, posso concorrer à reeleição como deputada federal, se tiver companheiros que queiram ir ocupar esse cargo e que sejam parceiros, eu posso abrir mão também, como posso também ir para o Senado. Nossa região precisa de representante no Legislativo e o Congresso Nacional é onde a gente tem voz pra falar de tudo que interessa ao País e, principalmente, ao nosso querido Estado de Goiás. Para o governo de Goiás não tenho realmente vontade de participar de uma campanha. Com certeza não serei candidata ao governo do Estado.
DM – Como a senhora acompanha o governo Marconi diante dos cortes de secretarias e cargos comissionados e ainda o ajuste fiscal?
Magda Mofatto – O governo Marconi tomou a iniciativa que o governo federal deveria ter tomado, o de promover o ajuste fiscal e os cortes na máquina administrativa. A crise tomou conta do País. Quando o governo federal está em crise, isso por enxurrada, pega também todos os governos do Estado e todas as prefeituras, aí as torneiras começam a se fechar, a distribuição de renda, que é obrigação do governo federal, como repassar recursos para os Estados e os municípios para sustentação da saúde, da educação e de tudo mais acaba fechando e não tem recursos. Então, já era de se esperar. O governo Marconi tomou as medidas antipáticas, mas altamente necessárias e saneadoras, fez um ajuste fiscal, corte nas secretarias, reduziu cargos comissionados. Vejo isso como de extrema importância para que a gente tenha governabilidade no Estado de Goiás.
DM – O PR está satisfeito com o espaço que tem no governo Marconi?
Magda Mofatto – Como a maioria absoluta dos partidos, é claro que não estamos plenamente satisfeitos. Gostaríamos e precisaríamos ter muito mais espaço junto ao governo de Marconi, mas eu tenho que entender que não é apenas o PR que não está tendo este espaço e isso tudo por conta das razões que eu fiz , ou seja, o cenário de dificuldades enfrentadas pela administração neste início de mandato. Marconi Perillo, para permitir que haja governabilidade no Estado de Goiás, teve que cortar cargos comissionados, cortar secretarias, fazer ajuste fiscal, por conta exatamente da crise do governo federal, onde, por cascata, por consequência, a crise no governo federal afeta Estados e município. Tudo isso corre por falta de repasses de recursos que não vêm do governo federal exatamente de acordo com o que precisa pra saúde, educação e tantos outros itens que fazem parte do dia a dia dos Estados e dos municípios.
DM – Como acompanha as manifestações de rua, onde o principal tema é o combate à corrupção no governo federal?
Magda Mofatto – Concordo 100%, desde que seja manifestação pacífica. É a maneira que o povo tem de mostrar insatisfação, e tenho acompanhado ser grande em todos os níveis. A corrupção, que sempre houve, hoje está mais acentuada do que jamais houve em qualquer governo. A corrupção tem que ser combatida e o que é pior, não é só o que está escancarado e divulgado pela mídia, nós temos visto corrupção e acompanhado em todos os níveis de governo. De acordo com Barusco, se tornou institucional a corrupção no País. Nós não podemos permitir isso, nós não podemos dar continuidade, tem que haver rigor, tem que haver exemplo, cadeia para os corruptos, seja político, seja empresário, seja quem for. Para o corrupto, só existe um caminho: a cadeia.
Fonte: Diário da Manhã