Dezenas de manifestantes já começaram a se reunir na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, nesta sexta-feira, onde haverá à tarde um ato organizado por sindicatos e movimentos sociais como CUT e MST em defesa da democracia e da manutenção de Dilma Rousseff na Presidência. Perto do prédio da Fundação Cásper Libero, pessoas com um balão gigante da CUT nas mãos afirmaram ter recebido R$ 35 para participar da manifestação.
É o caso de Edmilson Barbosa, desempregado, que viu na participação do ato desta sexta um “bico” para ajudar em sua renda. Barbosa disse que um ônibus pegou os trabalhadores no bairro do Brás e os levou até a Paulista. Entre as pessoas contratadas para segurar balões estão imigrantes que não falam português. No vão livre do Masp, estão concentrados militantes da Apeoesp, sindicato de professores da rede estadual, que protestam contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), e pedem aumento salarial.
Cartazes do Partido da Causa Operária (PCO) colados em tapumes na avenida Paulista afirmam que o ato desta sexta é contra a “direita golpista” que no domingo fará manifestações contra o governo federal e a favor do impeachment de Dilma. Ônibus vindos do interior começaram a chegar no local trazendo militantes do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens. Um grupo de 45 pessoas ligadas ao MST viajou quatro horas desde a cidade de Agudos até a avenida Paulista.
No fim da manhã desta sexta-feira, a poucas horas do início do ato, o número de policiais na avenida ainda é reduzido. A CUT pediu reforço no policiamento com receio de confronto e de atos violentos, já que grupos contra o governo devem ir à manifestação dos movimentos sociais. Há receio também de que os entulhos das obras de construção de uma ciclovia na avenida Paulista possam ser usados pelos manifestantes de houver briga. No começo do ano a Polícia Militar proibiu manifestações do Movimento Passe Livre (MPL) na avenida Paulista, justamente por receio do uso do entulho em um eventual confronto.