Uma operação da Polícia Civil prendeu 5 dos 9 vereadores de Araguapaz nesta terça-feira (17). Segundo as investigações, eles são suspeitos de cobrar propina para não votar pelo impeachment da ex-prefeita da cidade, Márcia Bernardino de Souza. A negociação que chegou a R$ 500 mil e teria sido organizada pelo secretário de Obras do município, que também foi preso.
Durante a Operação Tractamus, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), foram cumpridos seis mandados de prisão cautelar contra os investigados. Foram presos os vereadores Egnaldo José de Carvalho, Pedro da Silva Souza, Frederico Antônio Monteiro, Derci Francisco Cardoso e Fábio Divino Cardoso.
O outro homem preso é Paulo Sérgio Ferreira Nunes, secretário de obras do município. Além dos vereadores presos, o presidente da Câmara do Município, Célio Ferreira Nunes, também teve a prisão decretada, mas segue em liberdade porque se recupera de uma cirurgia. O marido da ex-prefeita, José Segundo Rezende Júnior, que já foi prefeito da cidade, também é investigado, segundo a polícia.
A Polícia Civil espera que José Segundo e Célio Ferreira se apresentem à delegacia nos próximos dias. A TV Anhanguera tentou ter acesso às defesas dos vereadores, da ex-prefeita, do ex-prefeito, e secretário de Obras de Araguapaz, mas não conseguiu contato.
Também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Araguapaz e em Goiânia. Além da residência dos investigados, a Polícia Civil fez buscas nos gabinetes dos vereadores da Câmara Municipal de Araguapaz. A equipe da Dercap informou que fará ainda mais diligências, a fim de localizar e prender outros envolvidos no suposto esquema criminoso.
Segundo a polícia, a denúncia é de que os vereadores teriam exigido dinheiro à ex-prefeita da cidade, para votar contra dois processos que a afastaria do cargo. A denúncia de extorsão, segundo consta da investigação, teria partido do ex-prefeito do município e marido da então prefeita.
Ainda de acordo com o que foi apresentado pelo delegado Cleybio Januário, a polícia começou a investigar a denúncia e acabou descobrindo que o marido da ex-prefeita também teria oferecido dinheiro aos vereadores para votar contra o impeachment.
As investigações apontaram ainda que José Segundo mudou de ideia e entregou o esquema pra polícia, porque em agosto, mesmo com a negociação, a mulher dele teve o mandato cassado por desvio de verbas no transporte escolar.
Já o secretário de Obras do município, segundo a polícia, é suspeito de intermediar a negociação para derrubar o projeto que retiraria a ex-prefeita do cargo.
A polícia afirma ter vídeos que comprovam o crime de corrupção ativa, passiva e associação criminosa.
“O que restou comprovado e até mesmo confessado pelos vereadores que as reuniões aconteciam tanto em Araguapaz como em um Goiânia, onde foram solicitadas e prometidas essas vantagens, valores de R$ 40, 60, 50 mil para que votassem a favor da prefeita”, disse o delegado Cleybio Januário. [Fonte: G1]
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