Justiça condena empresários por lavagem de dinheiro para organização criminosa

A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, condenou seis empresários envolvidos em um complexo esquema de lavagem de dinheiro. A sentença é resultado das investigações da Operação Red Bank, conduzida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e por órgãos de inteligência financeira.

Os réus, empresários dos setores de turismo e comércio de veículos, foram denunciados por integrarem uma organização criminosa voltada para a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. O grupo teria movimentado, de forma ilícita, cerca de R$ 500 milhões, valor considerado expressivo até mesmo para os padrões nacionais em crimes financeiros.

Esquema Financeiro Sofisticado

As investigações revelaram que os empresários utilizavam empresas de fachada, movimentações bancárias de alto valor e compra de moeda estrangeira (especialmente dólares) em nome de terceiros, alguns deles sequer sabiam que estavam envolvidos no esquema. O grupo também realizava operações de “smurfing”, dividindo grandes somas em pequenas transações para dificultar a identificação da origem do dinheiro. A complexidade das transações chamou atenção das autoridades financeiras e culminou em quebras de sigilo bancário e fiscal.

Segundo o MPGO, os empresários conseguiam reintegrar os valores ilícitos à economia formal, um dos principais objetivos da lavagem de dinheiro. As empresas envolvidas apresentavam movimentações incompatíveis com sua capacidade financeira, ocultando os verdadeiros beneficiários dos recursos e dificultando o rastreamento pela Receita Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Penas e bens sequestrados
Todos os seis réus foram condenados a penas privativas de liberdade, a serem cumpridas em regime fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia. As penas variam entre 8 e 17 anos de reclusão, conforme a participação e gravidade da conduta atribuída a cada um, sendo que Sthephan de Souza Veira foi condenado a 17 anos de prisão; Paulo Henrique Mendanha Lemes a 15 anos; Álvaro Pereira de Carvalho a 13 anos; Webert Amaral a 8 anos; Onias Mendanha de Araújo Júnior a 8 anos; e Keila Mara Barbosa Leal a 8 anos de reclusão.

Além das penas, a Justiça determinou o bloqueio, apreensão e sequestro dos bens dos condenados, incluindo imóveis, veículos de luxo, contas bancárias e ativos financeiros em nome dos réus e de suas empresas. Segundo a magistrada, a medida visa garantir o ressarcimento aos cofres públicos e impedir que o patrimônio adquirido de forma criminosa seja usufruído após o cumprimento das penas.

Impacto e Repercussão

Em sua sentença, a juíza Placidina destacou a importância da repressão ao fluxo de dinheiro ilícito que sustenta atividades do narcotráfico e fomenta a violência urbana. “A sofisticação do esquema criminoso e o envolvimento de pessoas com alto poder econômico tornam o caso ainda mais grave, exigindo resposta penal proporcional e exemplar”, afirmou a magistrada.

A Operação Red Bank teve início após a identificação de movimentações atípicas por instituições financeiras e foi conduzida com apoio de diversos órgãos, incluindo a Polícia Civil, o Coaf e a Receita Federal. O nome da operação faz referência aos fluxos de recursos que alimentavam contas bancárias suspeitas, chamadas de “bancos vermelhos” pelas autoridades. (Texto: Acaray Martins – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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