Em entrevista coletiva, Marconi anunciou que a presidente Dilma Rousseff autorizou hoje a institucionalização de duas universidades federais, uma em Jataí, e outra em Catalão
Presidente deverá vir a Goiás, no dia 19 de novembro, para assinar as mensagens que enviará ao Congresso Nacional criando as universidades
O governador Marconi Perillo anunciou, no final da tarde de hoje, durante entrevista coletiva no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, que a presidente Dilma Rousseff autorizou a criação de duas novas universidades federais em Goiás, em Jataí e Catalão. O anúncio foi feito logo depois que ele chegou de Brasília, onde esteve em audiência com a presidente. Acompanhado pelo reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Orlando Amaral, o governador afirmou que trata-se de um momento extremamente feliz porque Goiás conquista, de uma só vez, duas universidades federais, fruto de um trabalho desenvolvido em conjunto com as prefeituras de Jataí e Catalão, e também com a equipe da UFG.
Marconi afirmou que a presidente Dilma deverá vir a Goiás no dia 19 de novembro para assinar as mensagens que enviará ao Congresso Nacional criando as universidades, provavelmente durante solenidades, em Jataí e Catalão. Ele disse acreditar que até o final deste ano a mensagem poderá ser aprovada pelo Congresso com apoio unânime da bancada goiana, e começarão a operar de forma autônoma no próximo ano.
Explicou que a discussão foi retomada há um mês, quando o governo estadual anunciou a doação de um terreno de quase 400 hectares para Universidade Federal, para o campus de Jataí. “Iniciamos um trabalho conjunto com apoio das prefeituras, da UFG e enviamos à presidente e ao ministro da Educação todas as informações”, declarou.
Segundo o governador e o reitor Orlando Amaral, possivelmente as universidades serão denominadas Universidade Federal do Sudoeste Goiano, em Jataí, e Universidade Federal do Sudeste Goiano, em Catalão. “Esse anúncio é muito importante considerando que, ao longo de 60 anos, Goiás conviveu com uma única Universidade Federal. Aliás, uma extraordinária Universidade Federal, muito bem dirigida, que forma excelentes profissionais todos os anos, e que foi a responsável pela consolidação de dois dos mais importantes campus do país, que são os de Jataí e Catalão”, observou.
“Estamos multiplicando por três o número de universidades federais, e um estado como o nosso precisa contar com uma formação superior de alto nível, com universidades autônomas, e esses espaços serão decisivos para o futuro do Estado, futuro das próximas gerações”, completou.
O governador lembrou que desde que assumiu o Governo de Goiás liderou um trabalho de apoio à manutenção dos campus de Jataí e Catalão, e também da própria UFG, com apoio e investimentos de cerca de R$ 80 milhões em infraestrutura, pagamento de professores, Construção do Centro de Ciências Agrárias, dentre outros. Conforme informou, o campus de Jataí possui, hoje, 25 cursos de graduação e seis cursos de pós graduação. Tem 339 docentes e 3.200 alunos. A regional já conta, também, com curso de medicina.
O campus de Catalão, por sua vez, contabiliza 20 cursos de graduação e, quando for criada a Universidade Federal do Sudeste Goiano, também será criado o curso de medicina. O governador já autorizou, recentemente, convênio da ordem de R$ 3 milhões para auxiliar na estruturação do curso de Medicina na Universidade Federal em Catalão.
Orlando Amaral destacou o prazo recorde com que o governador conseguiu reunir os dados e recorrer à presidente Dilma e ao ministro da Educação solicitando a criação das duas universidades. “Há pouco mais de um mês ele empunhou essa bandeira que era um sonho antigo que nós tínhamos. Essas duas universidades fazem jus à importância desse Estado”, ressaltou.
Celg
Durante a entrevista, o governador foi questionado se havia conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre a privatização da Celg. Ele afirmou que eles acordaram em fazer uma avaliação para detectar o momento certo de se colocar a Celg em leilão. “Essa questão será tratada da forma mais responsável possível. Precisamos analisar se os interessados estão dispostos a colocar valores que realmente correspondam ao que vale a Celg. A presidente me disse, e é claro que eu penso da mesma forma, que a Celg, depois da privatização, será uma das maiores distribuidoras de energia do país, dado o mercado distribuidor que ela representa”, declarou.
Autonomia ganhou força após doação de terreno do Estado
Em encontro no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, dia 29 de setembro, Marconi recebeu o reitor Orlando Afonso, ocasião em que assinou documento que autorizou a doação de uma área de 376 hectares para o campus regional da UFG, em Jataí (Unidade Jatobá). Devidamente aprovado pela Assembleia Legislativa, já no dia 1º de outubro o processo burocrático para efetivação da doação já estava registrado no cartório da cidade. “Tempo recorde”, comemorou o reitor na época, após receber a escritura das mãos de Marconi Perillo. O Campus Jataí já funcionava na área doada, mas necessitava da oficialização da doação para que pleiteasse, entre outras coisas, autonomia administrativa para se tornar a Universidade do Sudoeste Goiano.
Em Jataí, dia 1º de outubro, o governador assinou a escritura. Disse que o ato era digno de comemoração por se tratar de uma “luta de quase 20 anos”. Marconi lembrou que, desde que assumiu o primeiro mandato de governador em 1999, iniciou interlocução com os presidentes da República da época, inclusive na época em que era Senador da República, entre 2007 e 2010. “Desde que assumi o primeiro governo, em 1999, sempre trabalhei por isso”, observou. Com a documentação apta para a emancipação, a Regional Catalão, por sua vez, aguardava apenas a autorização da Presidência da República.
Ano passado, o Ministério da Educação aprovou a implantação do Curso de Medicina em Catalão, que deve iniciar em 2016. Em Jataí, o recém-criado curso de Medicina iniciou funcionamento no segundo semestre de 2014.
“Essas duas regionais expandiram muito nos últimos 8 anos. Saíram de 7 cursos para mais de 25 cursos de graduação. O que vai acontecer daqui para frente vai depender, é claro, dos novos investimentos que serão destinados a essas duas novas universidades”, avaliou Orlando Afonso.