A Williams procurava um piloto veloz e experiente para comandar o projeto de reerguimento que iniciava em 2014. Com a saída de Felipe Massa da Ferrari, encontrou no brasileiro o nome ideal. Após uma primeira parte atribulada, com diversos incidentes, o piloto de 33 anos fez uma excelente segunda metade de campeonato, com direito a três pódios e uma briga pela vitória na última etapa, em Abu Dhabi. E ao fim da temporada, o tradicional time britânico faz um balanço positivo da contribuição de Massa. Para o diretor técnico da equipe, Pat Symonds, o brasileiro superou as expectativas.
– Sabíamos que Felipe era veloz e que não faz muito tempo que ele quase foi campeão mundial. Ele, na verdade, foi mais veloz do que achei que ele iria seria – destacou o dirigente, lembrando do vice de Massa por apenas um ponto em 2008.
Symonds destacou também o espírito de equipe de Felipe e a experiência no desenvolvimento do FW36, carro da Williams para 2014.
– Eu não o conhecia muito bem antes de ele vir para cá, mas ele é uma grande pessoa e um cara de equipe. É um grande exemplo de se colocarmos as pessoas no ambiente correto, elas vão florescer. Ele está no lugar perfeito e acho que a equipe está bem também. Temos dado a ele a liberdade que precisava, e em troca ele nos deu, absolutamente, credibilidade, rapidez e pontos.
A boa impressão deixada por Massa não se refletiu na classificação. O brasileiro terminou apenas na sétima colocação com 134 pontos, enquanto seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, foi o quarto, com 186.
Tudo em razão de uma primeira parte de campeonato bastante atribulada. Nas 12 etapas antes das férias, Felipe sofreu com a falta de sorte e marcou apenas 40 pontos: foi atingido na Austrália por Kamui Kobayashi, tocado por Sergio Pérez no Canadá, coletado por Kimi Raikkonen na Inglaterra, capotou ao tocar Magnussen na Alemanha, além de ter amargado erros de pit stop e estratégias da equipe. Por outro lado, alcançou a façanha de ser o único piloto não-Mercedes a conquistar uma pole, na Áustria.
Nas sete etapas finais, a maré virou. Capaz de extrair o potencial do carro da Williams, Massa subiu ao pódio na Itália (3º), no Brasil (3º)e em Abu Dhabi (2º), onde chegou a ameaçar a vitória do campeão Lewis Hamilton, da Mercedes.
– Há coisas que simplesmente não se pode evitar. Na Austrália o que ele poderia fazer com o Kobayashi indo direto na traseira dele? Em Silverstone, com Raikkonen, acho que a reação dele evitou um acidente ainda maior. Qualquer um sofreria aquele acidente. Estou frustrado quando olho para trás e vejo todos os pontos que poderíamos ter conquistado – lamenta Symonds eximindo o brasileiro de culpa.