Espaçonaves devem alcançar pontos ainda mais longínquos que a sonda Philae

As viagens para planetas e planetoides devem revelar mais sobre a origem do Sistema Solar

Roberta Machado

philae

O pouso da sonda Philae na superfície de um cometa virou mais uma vez os olhos do mundo para o espaço. A ousada manobra que marcou o ponto alto da viagem de uma década provou que, 45 anos depois da chegada do homem à Lua, a ciência ainda é capaz de alcançar destinos inexplorados entre as estrelas. Enquanto Rosetta continua orbitando seu cometa em direção ao Sol, outras espaçonaves chegam ao fim de longas jornadas rumo a corpos celestes pouco conhecidos pelo homem. Os pesquisadores esperam que esses equipamentos encontrem provas da formação do Sistema Solar e expliquem como a Terra se tornou o planeta que é hoje.

Há três anos, a espaçonave Dawn passava pelo planetoide Vesta, um objeto rochoso nunca antes orbitado por um equipamento criado pelo homem, e que fica localizado no principal cinturão de asteroides do Sistema Solar. Depois de estudar o corpo celeste por 14 meses, a nave continuou sua viagem em direção a Ceres, outro protoplaneta que orbita na vizinhança. Atualmente, o espaço que separa Dawn do seu alvo não é maior do que a distância entre a Lua e a Terra.

 

O novo destino, no entanto, deve ser bem diferente de Vesta: acredita-se que Ceres seja muito menos denso, e coberto de gelo. Os dois corpos são o exemplo perfeito de como os objetos podem seguir destinos bastante distintos, e devem fornecer respostas sobre como esse processo de formação acontece. “Tudo o que aprendermos de Ceres será completamente novo. E Ceres é um planeta tão diferente. Nós nos aproximamos com espanto e quase total ignorância”, avalia Chris Russell, principal pesquisador da missão.

Essa será a primeira vez em que uma espaçonave vai orbitar um grande objeto sem que uma sonda tenha sobrevoado o local antes. “Nós nem mesmo conhecemos a gravidade direito, então temos de medi-la conforme nos aproximamos. Então, ajustamos o plano de voo da propulsão de íons, nos aproximarmos mais, medimos a gravidade de novo e ajustamos o plano de voo novamente”, conta Marc Rayman, engenheiro-chefe e diretor da missão Dawn.

 

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