“Em 2025, Goinfra ultrapassou 100 obras rodoviárias em andamento ou entregues”

Goiás vive um grande momento na infraestrutura. Na gestão pública, é uma era de sopesar os princípios da economicidade com a eficiência e comparar épocas.

As obras mais dignas, ordenadas, demonstram o peso real do Estado, em sua dimensão de realizador. Antes, o asfalto era medido com a caneta deitada. Agora, a caneta é coloca rente e em pé. Trata-se de salto civilizatório.

E um antagonismo clássico do desenvolvimento: no passado recente, a eficiência era tudo na teoria da Constituição, menos norte das obras, que ou não saíram do papel ou ficaram paradas – o ocaso delas era tão grande que a gestão anterior deixou 47 destas paradas apenas em obras rodoviárias.

Em entrevista exclusiva ao Diário da Manhã, Pedro Sales, presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), mestre em Direito, explica que a atual gestão praticamente esgotou todas as obras deixadas para trás por governadores anteriores.

No tocante às obras civis, o governador Ronaldo Caiado orientou Pedro a retomar e concluir. É o caso dos hospitais do Centro-Norte Goiano e de Águas Lindas, com histórico de duas décadas de abandono.

Nesta entrevista, que começa no jornal impresso e segue no dm. com. br, Pedro fala de obras a serem entregues, sua missão no governo [ é um das revelações do governador Ronaldo Caiado, cuja categoria é de técnico racional, tão bem descrito por Max Weber, cuja característica é ser profissional de carreira, selecionado por mérito, integrado à hierarquia estatal], sua vontade política e autonomia de vontade [ é um político-técnico de grupo ] e a vocação política de seguir os líderes – tanto Caiado quanto o vice-governador Daniel Vilela – no que orientarem.

Gestor eficiente, cuja visibilidade é notória, Pedro revela os bastidores das obras, o que acontecerá com o Fundeinfra após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e os gargalos superados na infraestrutura. Existem dezenas de obras em execução.

O gestor fala tanto do portfólio quanto das injustiças que escuta de opositores.

Um dos armadores da gestão Caiado/Daniel, Pedro acusa de “estelionato eleitoral” a “promessa” de acabar com o Fundeinfra em 2027: ” O Fundeinfra se encerra no final de 2026. Ponto final. É lei”. A crítica é endereçada ao PSDB. A seguir trechos da entrevista. (Welliton Carlos)

Diário da Manhã – Com relação ao Fundeinfra, qual a expectativa para 2026?

Pedro Sales – A expectativa para o Fundeinfra em 2026 é de consolidar um ciclo de entregas sem precedentes na infraestrutura goiana. Em 2025, estamos concluindo 4 obras que somam 193,22 quilômetros — um resultado importante, mas que funciona principalmente como preparação para o salto programado para o próximo ano. Para 2026, nosso planejamento prevê a entrega de 18 novas obras, totalizando 385,6 quilômetros de pavimentação, duplicação, restauração e obras de arte especiais. É um volume que demonstra organização, investimento e capacidade de execução. Com esse ritmo, chegaremos ao final de 2026 com 22 obras concluídas e cerca de 650 quilômetros de melhorias efetivas na malha viária do estado, somente com recursos do fundo, além de outras rotas estratégicas em fases adiantadas de execução. Trata-se de um avanço estrutural que reforça o compromisso do Governo de Goiás em garantir mais segurança, mobilidade e desenvolvimento econômico para todas as regiões.

DM – Que obras foram paralisadas e quais continuaram?

Pedro Sales – Não temos nenhuma obra do Fundeinfra parada. Todas já iniciadas ou contratadas pelo Fundeinfra estão ativas, com maquinário no trecho ou em fase de elaboração de projetos. A Goinfra está à frente de 25 obras do fundo em andamento, com previsão de concluir quatro dessas ainda em 2025. Já na parceria com o Ifag, o Estado toca mais sete obras, quatro em execução e três em fase de contratação.

DM – A Goinfra tem obras rodoviárias além do Fundeinfra?

Pedro Sales – Dezenas. O Fundeinfra responde por cerca de 40% do valor investido atualmente em infraestrutura logística. Ou seja, a maior parte da carteira de obras rodoviárias da Goinfra continua sendo executada com recursos do Tesouro Estadual. Em 2025, o ano da infraestrutura em Goiás, a Goinfra ultrapassou a marca de 100 obras rodoviárias em andamento ou entregues, alcançando volume recorde de investimentos em pavimentação e modernização da malha viária, com implantação de estruturas completas: viadutos, pontes, trevos, bueiros, passarelas de pedestre etc. Entre essas ações, destacam-se obras consideradas demandas históricas, como a duplicação da GO-330 entre Catalão e Ipameri, aguardada há décadas pelo setor produtivo e pela população, e que já está com o primeiro subtrecho em execução. O trabalho não se limita às rodovias estaduais. A Goinfra oferece um suporte às prefeituras em programas de infraestrutura que alcançam desde estradas vicinais até ruas e avenidas urbanas. O Goiás em Movimento Municípios e as Patrulhas Mecanizadas se tornaram programas fundamentais para os prefeitos e simbolizam a marca do atual governo: uma gestão municipalista, voltada à melhoria da qualidade de vida da população em todo o Estado.

DM – Qual é a obra dentro do Fundeinfra mais cobrada pelo governador?

Pedro Sales – O governador Ronaldo Caiado determinou, desde o início, que os recursos do Fundeinfra fossem aplicados exclusivamente em obras rodoviárias definidas pelo próprio setor produtivo. A única rodovia cuja inclusão no pacote foi solicitada diretamente pelo governador ao Conselho Gestor do Fundeinfra foi a pavimentação da GO-154, em Bonópolis – o último município do Estado que ainda não possuía acesso por rodovia estadual asfaltada. Atualmente, a pavimentação do trecho de mais de 36 quilômetros, que liga o distrito de Cruzeiro do Norte, em Bonópolis, a Novo Planalto está praticamente concluída.

“A Goinfra está à frente de 25 obras do Fundeinfra em andamento, com previsão de concluir quatro dessas ainda em 2025. Já na parceria com o Ifag, o Estado toca mais sete obras, quatro em execução e três em fase de contratação”

DM – Opositores questionam a legalidade das obras. O STF decidiu o que efetivamente?

Pedro Sales – Temos uma decisão que permite a execução das obras já contratadas pelos modelos previstos pela legislação do Fundeinfra, mas suspende a possibilidade de novas parcerias. Nós estamos no meio desse debate jurídico com o Supremo Tribunal Federal (STF) e estamos confiantes que conseguiremos convencer os ministros da seriedade desse trabalho e que alcançaremos um resultado positivo para o Estado de Goiás, para continuar impulsionando a infraestrutura rodoviária.

DM – A oposição falava que Caiado não tinha obras até iniciar o Fundeinfra. Qual é a realidade?

Pedro Sales – O governador Ronaldo Caiado retomou e concluiu mais de 30 obras que encontrou paralisadas, abandonadas por ex-governadores. Algumas delas chegaram a ser inauguradas totalmente inacabadas, com erros de execução e de projeto, sem a mínima condição de funcionar. Com a recuperação fiscal do Estado e ainda enfrentando uma pandemia, conseguimos impor ritmo às contratações de infraestrutura rodoviária e executar grandes obras com recursos do tesouro estadual, como as pavimentações da GO-132 (Minaçu a Colinas do Sul a Niquelândia), GO-184 (Jataí, Estrada Velha de Caiapônia), GO-230 (Água Fria de Goiás a Mimoso de Goiás), GO-439 (Guarinos a Pilar de Goiás), GO-336 (Crixás a Nova Crixás), GO-347 (Nova Iguaçu a Santa Terezinha), GO-309 (Itumbiara a Cachoeira Dourada), GO-156 (Uirapuru a Mundo Novo), além de obras da saúde, como o Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad) e o Hospital Estadual de Águas Lindas (HEAL).

DM – O vice-governador Daniel Vilela está ciente das obras e da necessidade de continuidade delas?

Pedro Sales – Daniel Vilela é um grande entusiasta e conhecedor da infraestrutura, é notório isso. Ele sabe tudo o que está acontecendo e apoia a infraestrutura no Estado de Goiás. Com certeza, Daniel Vilela irá continuar os investimentos iniciados pelo governador Ronaldo Caiado e será um grande gestor com atenção a todas as áreas. Até porque é isto que ele já tem feito atualmente.

DM – Em termos de empregos, as obras modificam o mercado de trabalho das cidades?

Pedro Sales– O impacto é grande. A infraestrutura rodoviária é um dos principais vetores de desenvolvimento econômico. Ao encurtar distâncias, integrar regiões e assegurar condições de trafegabilidade, ela reduz custos logísticos e aumenta a competitividade da produção goiana. Além disso, a chegada de um canteiro de obras movimenta a economia local: gera empregos diretos e indiretos, impulsiona o comércio e os serviços do município e fortalece toda a cadeira produtiva associada ao setor da construção.

“Daniel Vilela é um grande entusiasta e conhecedor da infraestrutura, é notório isso. Ele sabe tudo o que está acontecendo e apoia a infraestrutura no Estado de Goiás”

DM – Qual a maior injustiça que o senhor escuta em relação às obras? De quem?

Pedro Sales – As antigas críticas à infraestrutura em Goiás ficaram para trás. Em minhas constantes vistorias às obras pelo estado, percebo que a mudança é evidente: a recepção da população é outra. Motoristas, produtores e moradores relatam, com frequência, como a melhoria das rodovias transformou a trafegabilidade e trouxe mais segurança aos usuários. São mais de 100 obras rodoviárias em execução ou já entregues em 2025 — um recorde para a Goinfra. E tudo com um padrão de excelência. Lembra daquele meme que circulava no governo anterior, que um cidadão comparava a espessura do asfalto recém-inaugurado a uma caneta BIC deitada? Hoje a espessura é de uma caneta de pé. São obras feitas para durar, não para enganar, como era antes.

DM – A simplificação das contratações não impede a fiscalização do poder público? As regras estão em mudança para acelerar a entrega das demandas da sociedade?

Pedro Sales – De forma alguma. As duas modelagens de contratação propostas para as obras do Fundeinfra não impedem e nem reduzem a fiscalização — ao contrário, qualificam o controle. Todo esse processo tem sido construído com absoluta transparência e diálogo com os órgãos de controle, especialmente nas mesas técnicas conduzidas pelo TCE. Esses espaços permitem alinhar entendimentos, validar procedimentos e garantir segurança jurídica antes mesmo de cada contratação. Buscamos soluções inovadoras dentro da legalidade, sempre priorizando qualidade, rastreabilidade e controle. Isso impede propostas inexequíveis, atrai fornecedores com capacidade real de entrega e estabelece margens de execução mais realistas. As empresas não competem apenas pelo menor preço, mas pela melhor proposta técnica, pelo menor prazo, pela consistência das soluções apresentadas e por um lastro que comprove a sua condição técnica de execução.

DM – O senhor apoia Daniel para governador? Tem interesse em disputar algum cargo em 2026?

Pedro Sales- Sem dúvida, nosso objetivo é garantir que Daniel Vilela seja eleito em 2026, para dar continuidade ao trabalho sério que construímos ao lado do governador Ronaldo Caiado — que, por sua vez, é o nosso nome para a Presidência da República. Eu sou um homem de grupo e já manifestei minha disposição de continuar servindo Goiás através do parlamento. Mas essa é uma definição que será tomada no momento adequado, em plena sintonia com o governador Caiado, com Daniel Vilela e com o projeto maior do nosso time.

DM – Quando o senhor chegou ao governo como estava a infraestrutura do Estado? Existiam gargalos?

Pedro Sales – Quando o governador Ronaldo Caiado assumiu o Governo do Estado, em 2019, encontramos a Goinfra em uma situação crítica: dívidas acumuladas, obras paralisadas, contratos de manutenção sem saldos e uma estrutura de gestão sem controle e transparência. O Estado não tinha condições de manter serviços básicos de conservação das rodovias, e a população sentia os efeitos diretos dessa paralisia, com uma malha rodoviária deteriorada. Na época, tivemos de recorrer ao auxílio dos prefeitos para manutenção e tapa-buraco em algumas rodovias. Paralelamente, conduzimos uma auditoria rigorosa em contratos e aditivos, com respaldo dos órgãos de controle, para reorganizar juridicamente a agência e dar segurança aos processos. Iniciamos um ciclo de modernização na gestão. Implantamos novos padrões técnicos, fortalecemos o controle tecnológico, ampliamos e capacitamos nosso corpo técnico, criamos um sistema de manutenção regionalizada e preventiva e demos mais previsibilidade às obras. Também resgatamos a credibilidade da Goinfra ao garantir que os pagamentos fossem realizados rigorosamente em dia, o que devolveu confiança às empresas contratadas e criou um ciclo virtuoso, ampliando a qualidade e a celeridade das obras. Desde então, Goiás tem sentido a transformação na infraestrutura rodoviária.

DM – Quantas obras estavam paradas?

Pedro Sales – Já conseguimos esgotar toda a carteira de obras que encontramos paralisadas. Somente de obras rodoviárias, eram 47 paradas e ainda várias construções de unidades hospitalares, ginásios de esportes, unidades prisionais, escolas, entre outras obras civis também estavam abandonadas. Dessas 47, já entregamos 37 obras rodovias e estamos executando outras 10. Dentre as obras civis que encontramos paradas e concluímos, podemos citar duas obras históricas que têm grande impacto social: o Hospital Estadual Centro-Norte Goiano, em Uruaçu. Foi entregue em 2021 pela atual gestão e teve um papel importante no enfrentamento à Covid-19. Outro exemplo clássico é a retomada e conclusão do Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho, de Águas Lindas de Goiás, que teve um histórico de obra marcado por quase 20 anos de paralisações e interrupções. Assumimos 100% do projeto, resultando em um investimento de R$ 157 milhões em estrutura predial e equipamentos, e o hospital foi inaugurado em junho de 2024, após ser ampliado e concluído com capacidade para atender casos de média e alta complexidade na região do Entorno do Distrito Federal.

DM – Você não é político. Mas técnico. O que mais o incomodou ao entrar em choque o perfil técnico com o meio político?

Pedro Sales – Não houve nenhum incômodo de adentrar ao universo político. Trata-se de uma esfera específica e que tem uma linguagem e tempo próprios. Sempre digo que o conhecimento técnico alarga os horizontes políticos e a sensibilidade política potencializa as entregas do ponto de vista técnico. É uma soma. Uma das coisas que mais me orgulho da minha vivência neste governo foi adquirir esse olhar mais amplo. Os resultados estão aí para a população avaliar.

DM – O ex-governador Marconi Perillo promete acabar em 2027 com o Fundeinfra, se conseguir ser eleito governador. Como você vê essa promessa?

Pedro Sales – Como um estelionato eleitoral. O ex-governador não aprendeu com suas derrotas e insiste em tentar enganar os goianos. O Fundeinfra se encerra no final de 2026. Ponto final. É lei. E não tem nada que ele possa fazer sobre disto.

(Fonte: Diário da Manhã)

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