Uma professora da rede pública municipal, emitiu esta semana, uma ‘carta de solidariedade’ à Secretária de Educação, Eliane Teixeira, após críticas feitas pelo vereador Rodrigo Lima [PL] em evento da pasta realizado no Centro de Convenções Di Roma. O depoimento, que têm sido compartilhado por diversos professores e servidores, relata de forma solidária, o ato do vereador em questão, considerado pela classe como sendo uma “brutal verborragia e modo sórdido”. Acompanhe na íntegra o que disse a professora Cátia Borges.
CARTA DE SOLIDAREDADE A ELIANE TEIXEIRA, SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CALDAS NOVAS
Não sou de ficar emitindo minha opinião aqui, mas o tal gesto de hoje, 01 de agosto de 2019, ocorrido na abertura oficial do II Semestre do ano letivo, no Auditório do Di Roma, protagonizado pelo vereador Rodrigo Lima, caracterizou-se numa ação de deslealdade, sem nenhum senso de ética, postura ou saber o momento para falar e reivindicar a causa da Educação, como ele próprio se autodenominou ser um defensor.
Em prol da plateia ele optou pelos aplausos arrancados do fascínio que a fustigação automaticamente provoca para obter de maneira rasteira uma visibilidade que o colocasse no epicentro das atenções. O motivo que o fazia estar ali era de um ato de cordialidade produzido pela Secretaria, pois estava representando a proprietária do estabelecimento cedido para realização do evento, Deputada Magda Mofatto. Entretanto ele agiu de má índole, acreditando ser um motivo nobre.
O gesto mais interessante que observei foi a capacidade de simular uma ação de elegância. Abraçar alguém e beijar depois de atacar, executar essa ação de forma tão meticulosa e teatralizada. Seja por qualquer propósito, não cabe interpretação de elegância, cordialidade e respeito para quem ou por qual razão se combate.
A causa para qual o desnobre vereador se diz defender é aberta a qualquer cidadão ou até mesmo vereador atuar em sua defesa, por isso existe os meios legais e éticos.
Solicitar apoio à Secretária por um problema familiar que vem enfrentando e dizer simultaneamente que estava em reunião para deliberar sobre a dubiedade do serviço da gestora, mesclando em sua fala numa curta frase, deferindo termos como “UTI” para a mãe da Eliane e “Reunião com sindicato para poder cobrar da Secretária” numa mesma sequência, foi de uma crueldade sem tamanho.
Falar numa outra perspectiva, na Câmara Municipal quando alguém interrompe o protocolo, o regimento interno para poder usar a tribuna, pode ter o pedido de prisão sumariamente por coação aos trabalhos dos vereadores.
Fico imaginando, numa Sessão da Câmara Municipal, a Secretária fizer parte de uma solenidade de lançamento de algum projeto de autoria do Vereador, e no caso, ela estiver representando o prefeito e quando for sua vez de falar, utilizar do momento porque a casa está lotada de convidados, e fizer uma crítica aos vereadores, em específico o anfitrião do evento, apontar todas as suas práticas de vereador, suas posturas diante dos inúmeros projetos, inflando o público para ridicularizá-lo. Como seria a avaliação do vereador, ainda mais se por um momento tocasse em feridas, problemas familiares do vereador, e numa mesma frase fizesse o jogo covarde, entre problema privado e problema com seu papel de agente público?!
Numa sociedade que é alicerçada no senso civilizatório, faço exclusão dos exemplos em nível nacional, não se aplica a revida utilizando-se das mesmas armas, técnicas ou práticas. Conduta que qualquer professor ou atém mesmo a Secretária praticasse seria um atentado à civilidade.
Entretanto na outra via, o vereador situa-se numa gangorra, sabe que seu percurso, sua tática é arriscada, pois sabe que se não lograr êxito será fracassado. Ele não tem nada a perder, porque quem bate e beija em seguida já perdeu toda composição da virtude, da sabedoria e do respeito ao ser humano.
Já a Eliane tem muito a ganhar, às vezes silenciando-se, outras, expondo suas dificuldades, reconhecendo-se em seu lugar, como reconheceu hoje ao falar com os professores sobre sua dedicação.
Diante disso, me solidarizo com você Eliane, a questão aqui é não defender ou protocolar endossamento ao que você pensa ou faz, mas de solidarizar pela brutal verborragia e modo sórdido, como fez o Senhor Vereador, grande defensor da Educação de Caldas Novas.
Att
De um professor colega seu,
Cátia Borges