Saúde: Casos de Leishmaniose crescem em Goiás

A Leishimaniose Visceral Canina, doença infecciosa que ataca as vísceras de animais, teve um aumento preocupante nos últimos meses em Goiás, com 206 casos confirmados em Goiânia e no interior em 2015. Somente em 2014 foram cerca de 481 casos com diagnóstico positivo em todo o Estado, com um índice alarmante em municípios como Porangatu, Pirenópolis e Teresina de Goiás. Em Goiânia foram confirmados 45 casos.

A doença é transmitida pelo mosquito-palha, um hematófogo, ou que se alimenta de sangue, do gênero flebotomo e dissemina a infecção após picar animais doentes. Daí a facilidade de transmissão. Onde exista a incidência de mosquito e animais infectados há a certeza de que outros serão picados e contaminados, se nada for feito para interromper o ciclo da doença.

“A alta incidência de leishimaniose se tornou um problema de zoonose que a saúde pública precisa socorrer urgentemente para que não fique pior”, adverte o médico-veterinário José Horácio Júnior. Ele considera que os casos sejam ainda mais alarmantes porque são muitos os óbitos de animais que não são notificados para a saúde pública porque não são diagnosticados. “Principalmente em cidades do interior, ou mesmo na zona rural, animais doentes morrem e a causa não é diagnosticada por profissional da saúde, aumentando as chances de estatísticas furadas”, frisa.

Os casos de incidência de leishimaniose começaram a ser inscritos no censo da vigilância sanitária em 2007, com um número já alarmante de 59, sendo 26 somente em Porangatu. De longe essa cidade do norte goiano é a mais infestada de animais doentes e de mosquito-palha para disseminar a doença. Em 2008 os casos confirmados subiram para 76 e outros municípios do norte também surgiram no mapa da doença.

Em 2009 explodiram as confirmações de diagnósticos com 462 casos. Como as autoridades acordaram para a situação alarmante em Porangatu e ações foram feitas para conter o avanço da doença os casos confirmados caíram, ficando em 85. Mas, em compensação, municípios que nunca haviam aparecido no mapa da vigilância sanitária com casos confirmados de leishmaniose indicaram uma infestação jamais vista. Foi o caso de Caldas Novas, que nesse ano de 2009 teve 153 diagnósticos positivos.

Em 2010 os casos positivos chegaram a 352, com uma ligeira redução, mas confirmaram-se os temores de migração da doença e dos agentes transmissores. Caldas Novas foi a campeã, com 128 casos positivos e Luziânia surgiu no mapa com 58 casos de contaminação confirmada. No ano seguinte, em 2011, a redução deu um alívio a alguns municípios e no Estado foram confirmados 263 casos. Goiânia, com 79 casos foi inscrita na rota do mosquito e da infestação da doença grave.

Como um balão que esvazia e enche de novo bastou que os cuidados fossem afrouxados para que a infestação voltasse com força. Em 2013 os casos confirmados bateram na casa dos 204 diagnósticos positivos, com Goiânia, Porangatu e Cavalcante liderando as confirmações de infecção.

Vísceras: 

O veterinário José Horácio Júnior explica que a doença pode infectar todos os animais, mas cães, gatos e aves são as mais diagnosticadas, por serem as preferidas para criação doméstica. Mas, pode infectar até humanos e somente para esses há tratamento. “O protocolo de zoonoses é o sacrifício de animais infectados para evitar a disseminação da doença”, explica.

Animais silvestres também são alvo do mosquito-palha e podem transmitir a doença para esses. O fato de Goiânia ter um zoológico instalado bem no centro da cidade é um complicador natural, como avalia o veterinário. Os muitos parques ambientais espalhados pela cidade, com grande número de animais, principalmente macacos, também são complicadores naturais.

A forma mais eficaz de evitar a contaminação e que a leishmaniose se alastre é a vacinação. “Entretanto, essa vacina só é disponibilizada em clínicas veterinárias”, explica o médio veterinário. Como é uma doença não incluída na relação de zoonoses a saúde pública não dispensa doses para a vacinação contra leishmaniose. Quem quiser prevenir a doença em seu animal de estimação precisa recorrer a clínicas veterinárias e pagar em média R$ 120 por dose de vacina. Para o animal ser imunizado são necessárias no mínimo duas doses.

Há também uma coleira que repele o mosquito e que é mais barata que a vacina. “A leishmaniose não tem sintoma aparente e só se manifesta quando o animal já está infectado e doente, como perda de apetite e de peso, mudança de comportamento e problemas de pele. É uma doença silenciosa e se não for feito um diagnóstico laboratorial a confirmação é praticamente nula”, explica o veterinário.

José Horário Júnior adverte para a necessidade das autoridades tomarem providências urgentes para evitar a propagação ainda maior da doença. “Se nada for feito a situação só tende a piorar”, finaliza.

Fonte: DM

 

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